Vivemos na era da transparência. Há muito pouco tempo o marketing nos dava lições sobre o tão falado "storytelling", em que as marcas - empresas, produtos e pessoas - precisavam contar uma história para cativar o público. Rapidamente, coisa de um ano, passamos do "storytelling" para o "truthtelling". Não basta contar uma boa história, é preciso falar a verdade.
Eis que o premiado piloto da Fórmula 1, o britânico Lewis Hamilton, compartilha em seu perfil no Instagram uma lição de truthtelling.
O texto original, diz:
"Posto isso porque sou eu sem filtro. Na sociedade de hoje, em que muita gente usa aplicativos e filtros para parecer perfeito, penso que precisamos começar a incentivar a nós mesmos e aos outros a nos amarmos do jeito que somos. São as nossas imperfeições que nos fazem especiais e únicos. Como muitos, eu também tenho inseguranças e por um motivo qualquer tenho questionado a maneira de encarar por causa das pressões da sociedade e perceba que eu sou como sou e não vou mudar por ninguém. Então aqui estou eu tentando ser vulnerável e deixando vocês saberem que está tudo bem. Eu imploro a você que aprenda a amar-se como você é, porque você realmente é especial. Por fim, não foi o melhor fim de semana para mim, mas ao longo dos anos eu aprendi as lições que vêm de dias difíceis. Eu cometi dois erros neste fim de semana que para mim é raro, mas somos caros. Aceitar e reconhecer são fundamentais para o processo de aprendizagem e avançar rapidamente! Amanhã é um novo dia, de volta ao treinamento para o grande prêmio britânico! Espero que todos tenham tido um fim de semana incrível."
Piloto premiado, respeitado e acompanhado em rede social por milhões de pessoas, Hamilton não precisaria compartilhar a imagem com o cabelo despenteado, sem filtro, mostrando-se vulnerável às críticas. Muito menos precisaria admitir publicamente que cometeu erros e que não foi um bom final de semana.
Mas ele preferiu ser vulnerável ao se expor. Nossas características únicas, resultado da combinação inigualável de trajetória pessoal, bagagem profissional, carga intelectual e aspectos físicos nos faz ser quem somos. Hamilton tem defeitos e inseguranças, assim como todos nós, humanos. E tudo bem.
A mensagem, que ao mesmo tempo em que surpreende, gera identificação, empatia, emoção. Não existe laço mais forte do que a emoção e a empatia entre o público e a marca. A lição de Hamilton se encaixa perfeitamente como um case de marca pessoal humanizada. Muito mais que a vida além das pistas, é a força da voz autêntica, franca e transparente.
______________________
www.lucianebemfica.com
Comments